Sacudindo a poeira: recomeços, autocuidado e escuta de si

Me sentindo enferrujada mas estamos aqui! 
Anos sem escrever, focada somente em seguir e cumprir todas as cobranças sociais impostas para nós e ditas como socialmente correta, Formar, arrumar um emprego, casar, ter filhos e assim sucessivamente.

Atualmente cheguei nos desafios que envolvem o Ter filhos, Todos os impactos que aparecem e sacrifícios e surpresas e amadurecimento... Tudo que acontece quando chegamos nessa parte.

Durante esse tempo e vivenciando meu processo para também lidar com as cobranças sociais, aprendi algumas coisas, mas a mais difícil e necessária foi a de ouvir e repetir a frase - Tenha paciência! -. Tudo que eu fazia requer paciência, comer, ver um filme, ler um livro, esperar alguém, esperar ter o dinheiro conta para comprar algo, esperar para poder comer um prato desejado, resolver alguma demanda no trabalho. Absolutamente tudo era necessário ter paciência, principalmente comigo mesma. E com o passar do tempo fui percebendo que eu estava, em alguns momentos ainda estou, bem impaciente e intolerante. 

Era meu cérebro em estado de ansiedade, somente urgência e preocupação pairavam em meus pensamentos. E com isso a necessidade de fazer as coisas correndo, além de querer resolver tudo, por ter a sensação de que "não daria tempo" ou então "não sei se vou dar conta". Isso me fez adquirir alguns cabelos brancos e vivendo sempre apressada, deixando de lado partes importantes e necessárias em nossa vida.

Acabava que com a preocupação de atender essas cobranças sociais, me esquecia da melhor parte, dos Detalhes, são eles que fazem a vida ter sentido, que fazem a diferença em nossa rotina e preenchem parte de nossos vazios. Como por exemplo, o prazer de tomar um banho após um dia de trabalho cheio, ou como o momento em que preparamos nosso café de manhã, dosagem de pó, temperatura da água. Detalhes que fazem os momentos serem únicos em nossa vida. Que muitas vezes, a preocupação de não ter tempo nos cega para tais sutilezas.



Sacodir a poeira para voltar a escrever, foi uma decisão que aconteceu quando decidi trocar de carreira, sair de uma empresa para começar algo meu, o Universo me mostrou uma pequena luz sobre um hábito de anos atrás, colocado debaixo do tapete. Esse blog inicialmente tinha o objetivo de ser uma ferramenta terapêutica em minha adolescência, para me ajudar a lidar com a Depressão e Transtorno de Ansiedade, foi tão bom para mim que rendeu vários textos, com várias temáticas que estou modificando e ajustando aos poucos!

Eu desabafava, falava sobre minha percepção de mundo e em como amadurecer era um processo um tanto complexo para mim. Com uma visão um pouco diferente, o direcionamento dos textos agora serão de experiências pontuais e temais mais específicos, pois penso que experiências podem ocorrer de forma semelhante com outras pessoas, então porque não compartilhar a minha e de alguma maneira mostrar para o outro que ele não está só.


Hoje vejo que toda essa movimentação foi necessária para chegar onde estou hoje. E se o Universo me trouxe essa luz novamente, acredito que seja um pequeno sinal de que sacodir a poeira era necessário, e escrever que tanto me deixava feliz em fazer não precisava ser deixado de lado. 

Nesse novo momento, um dos meus objetivos é escrever textos sobre experiências e aprendizados que tive e tenho, lidando com as adversidades e maravilhosidades que a vida proporciona. Escrever sobre percepções e falar um pouco mais sobre gostos e particularidades que com certeza, vocês também têm ! #risos

Te vejo no próximo post.

💖

Nº IV - Entre Sessões e Silêncios: Entre uma Neosa e uma verdade difícil

Nº IV

Já se passou uma semana desde a última sessão de terapia. 
Sobrecarga foi o tema conversado, e as consequências disso. Seria de trabalho? De decisões tomadas? De tentativas constante de manter tudo sob controle? Ou até de todas as opções anteriores.
Era uma sobrecarga de vida — de ser mulher, mãe, profissional, cuidadora de todos… e com imensa dificuldade de pedir socorro.

Refletiu sobre ... Quando tudo começou? Onde foi que se perdeu nesse caminho? Era um peso antigo, silencioso, ou algo recente, que chegou de mansinho e se instalou? Se deparou com uma verdade difícil: estava sobrecarregada por querer agradar demais aos outros — e esquecer de si. De mover montanhas para quem não subia uma ladeira por ela, e ainda ouvir que não precisava que ela fez porque quis. Como se o cansaço fosse escolha.

Estava sobrecarregada de carregar o orgulho, de precisar se defender de tudo — até do que fazia para se sentir viva, de achar que não dava conta porque alguém disse que seria difícil demais o fardo.
Decidiu aceitar a sobrecarga, das tarefas de casa, do cuidado com a filha e das demandas do trabalho, mas não mais aceitar as migalhas alheias. As que vinham de má vontade, e ainda assim pesavam mais do que todo o resto.

Decidiu fazer para si. Expectativas? -Tss- está aprendendo a não se prender a elas. E, principalmente, a não criá-las. Se abriu para isso tudo que é ser ela mesma, seja cansada e querendo ficar em silêncio, seja eufórica querendo falar sobre tudo que aconteceu no seu dia, seja na calmaria de um fim de dia, seja na agitação de uma segunda feira. Que não tem o controle de tudo, e tá tudo bem. Está aprendendo a tirar lições da experiência — seja ela passada, presente, ou futura.

O estresse virou uma dor de cabeça, que uma Neosa resolveu, e desde então coisas novas nasceram, possibilidades surgiram.

E ela decidiu: vai agarrá-las pelas barbas.

Grata por ler !

💋💋

Velho ou jovem com experiência? Uma reflexão sobre envelhecimento, cobrança e identidade

Uma reflexão sobre envelhecimento, cobrança e identidade

Velho ou jovem com experiência?

Ontem, durante o atendimento de uma desenvolvida, conversamos sobre chegar aos 30 anos. Para alguns, isso representa um marco de maturidade. Para outros, um fardo silencioso.

Um simples par de números que muda anualmente, mas que traz consigo tantas descobertas — e receios.

🪞 A imagem da idade: o velho como ultrapassado

No meio da conversa, surgiram frases como “estou ficando velha”, acompanhadas de ideias sobre pintar os cabelos ou fazer botox. Isso me fez refletir: como entendemos e lidamos com o envelhecer?

Por muito tempo, fomos ensinados que “envelhecer” é sinônimo de atraso, de decadência. Que manter-se jovem é estar atualizado, moderno. Misturamos imagem com idade. E esquecemos da maturidade, do conhecimento, da profundidade.


👥 Experiência não tem idade

Se olharmos com calma, vemos jovens com pensamentos engessados e idosos com ideias surpreendentemente novas. Muitas empresas mundialmente conhecidas surgiram após os 40 — McDonald’s, Nestlé, Coca-Cola, IBM…

O desenvolvimento da mente não tem prazo de validade. E o pensamento fresco pode vir em qualquer fase da vida.

As armadilhas dos marcos de idade

A cada década, novas pressões:

  • Aos 10, precisamos “deixar de ser criança”.

  • Aos 20, ter uma carreira em curso.

  • Aos 30, um trabalho estável e uma família.

  • Aos 40, maturidade.

  • Aos 50, sabedoria.

  • Aos 60, razão.

  • Aos 70+, viramos referência de “iluminados” — quase como um Buda da vida real.

É como se cada número trouxesse um novo pacote de exigências — sociais e internas.

🧠 Será medo da idade… ou medo das cobranças?

Talvez o medo de envelhecer não esteja na idade em si, mas na pressão de não alcançar o que esperam de nós. E isso é exaustivo.

Ressignificar as limitações, aceitar o tempo e acolher as mudanças exige coragem — especialmente para quem ainda mantém sua “Gabriela interior” forte: “eu nasci assim, eu cresci assim...”

🌿 Envelhecer pode ser libertador

Envelhecer não é apenas sobre o corpo. É sobre tempo interno.
É sobre olhar pra dentro e ver tudo o que já mudou — com orgulho e leveza.

Observar nossas conquistas, acolher nossos erros, rir de algumas fases e se permitir viver outras. Isso também é autocuidado.

Pensando nisso, você acredita que está se tornando Velho ou se tornando um Jovem com Experiência?

Até a próxima conversa ! 
Te vejo na terapia.

🌿📝😘






Às vezes precisamos mudar de ideia: reflexão sobre amadurecimento e autocompaixão




Coragem para mudar: enfrentando o medo e ressignificando bloqueios

Nesse fim de semana, participei de um evento sobre empreendedorismo feminino. Durante uma atividade simples — encher um balão pensando no que mais me trava — algo começou a se movimentar dentro de mim.

Como toda boa paciente com tempo de terapia (😅), eu sabia o que estava colocando ali. Desenhei, escrevi, nomeei meu problema. Mas... não estourava o balão.

🌀 Observar antes de agir também é parte do processo

Enquanto outras mulheres estouravam seus balões logo nas primeiras palestras — e eu vibrava junto — percebi que meu processo era outro. Precisei de mais tempo, mais escuta, mais conexão.

Entre uma fala e outra, veio à tona algo importante: a necessidade de manter a mente em desenvolvimento contínuo. De me colocar no mundo, em sociedade, mesmo com minhas dificuldades de socialização. Sair da zona de conforto, falar, aparecer, me posicionar.

Heráclito já dizia: “Panta Rei” — tudo flui. E ali, eu flui.

🔍 A frase que virou chave: coragem na motivação ou no desespero?

Durante a segunda palestra da tarde, às 15h40, ouvi uma pergunta que me atravessou:
“Você vai enfrentar isso no auge da motivação ou no auge do desespero?”

Aquilo me pegou em cheio. Eu sabia o que precisava fazer. Eu precisava ressignificar meu medo.

💭 Sim, eu também sinto medo

Medo de ser julgada. Medo de falhar. Medo de ser rejeitada.
E, como falamos na última sessão de terapia, às vezes o medo está ligado a pessoas e contextos que precisaram ficar para trás — ou que eu precisei passar a ver com outros olhos.

O medo, nesse caso, não desaparece. Mas ele pode ser olhado, entendido e reorganizado.

Ressignificar é um ato de coragem emocional

Fazer o que precisa ser feito, mesmo que você não goste.
Na terapia, é possível identificar quais crenças limitantes se ativam, quais gatilhos surgem, quais tipos de obstáculos aparecem e como lidar com tudo isso.

Ressignificar algo exige coragem, maturidade e abertura de coração.
Aceitar que sentimos medo também é coragem.

Tudo bem se você ainda sente que não é a hora. Mas... vale a pena pensar sobre isso.


Te vejo na terapia! 

🌿📝



Altruísmo ou anulação? Reflexão sobre ajudar os outros sem se perder de si

Altruísmo e autoconhecimento: quando ajudar também é se perceber

No evento Empreendedora Imparável, que participei no dia 07/05, uma das palestrantes nos propôs uma tarefa diferente: perguntar a alguém (ou publicar nas redes sociais) quais três características vinham à mente quando pensavam em mim.

Confesso, foi desafiador. Bateu aquela ansiedade: e se vier algo negativo? Mas fui. Fiz. E me surpreendi!

🌟 Uma palavra em comum: altruísta

Entre as muitas respostas, teve uma que se repetiu em quase todas: altruísta.
Achei curioso. Fiquei feliz, confesso. E comecei a refletir mais profundamente sobre isso.

Altruísmo é um termo bonito, mas também muito mal compreendido. Então vim aqui conversar um pouco sobre ele — como conceito, mas principalmente como vivência.

🧠 O que é altruísmo, afinal?

Segundo Oliner (2002), o altruísmo é um comportamento voluntário voltado a ajudar outra pessoa, mesmo que isso envolva custo ou risco pessoal, sem esperar recompensas externas. É um comportamento pró-social, como afirmam Eisenberg e colaboradores (1989, 1999). Com o tempo — e terapia — entendi que ser altruísta não é se anular, mas sim agir com intenção, escuta e equilíbrio. E que a bondade, quando mal interpretada, pode ser vista como intromissão. Mas não é. É potência.

🤔 Mas... e quando a gente se machuca tentando ajudar?

Hoje em dia eu tenho mais cuidado. Observo se a pessoa realmente está aberta, se é o momento certo, se vale a pena. Mas nem sempre foi assim.

Antes de aprender a perguntar “você quer ajuda?”, eu ia logo agindo. E, como você pode imaginar, nem sempre fui bem recebida.

Fui podada. Fui mal interpretada. Fui chamada de exagerada.
Mas fui também amadurecendo. E entendi que ser boa não significa ser boba.

🧭 Quem é de verdade sempre aparece

Com o tempo, aprendi que existem pessoas que só sabem receber, sem oferecer troca. Gente que julga, que distorce, que tenta apagar o brilho do outro. Mas também aprendi a identificar essas relações — e me afastar com paz.

Costumo dizer que a vida, o universo e Deus nos mandam sinais.
Basta ter maturidade para enxergar. E coragem pra aceitar o que se vê.
(Esses dois últimos são sempre os mais difíceis, né? risos)

🌱 Ser altruísta com o outro… e com você mesma

Hoje eu também faço terapia. E digo isso com orgulho.
A mente precisa de cuidado como qualquer outra parte do nosso corpo.

A gente se preocupa com o coração quando come fritura, mas não se preocupa com o sono que não vem, com o cansaço emocional, com a exaustão invisível.

A terapia me ajuda a reorganizar. A ressignificar. A continuar sendo eu — inclusive nas partes que estou aprendendo a amar.

 
Precisamos buscar ser altruístas consigo mesmo. Faz bem pra gente e para quem está a nossa volta. 

Te vejo na terapia 🌹

Eisenberg, N., Fabes, R. A., Miller, P. A., Fultz, J., Shell, R., Mathy, R. M., & Reno, R. R. (1989). Relation of sympathy and personal distress to prosocial behavior: a multimethod study. Journal of Personality and Social Psychology, 57(1),55-66.     

Eisenberg, N., Guthrie, I. K., Murphy, B. C., Shepard, S. A., Cumberland, A., & Carlo, G. (1999).Consistency and development of prosocial dispositions: a longitudinal study. Child Development, 70(6),1360-1372. 

Oliner, S. P. (2002). Extraordinary acts of ordinary people: faces of heroism and altruism. In: S. G. Post, L. G. Underwood, J. P. Schloss & W. B. Hurlbut (Eds.), Altruism and altruistic love: science, philosophy and religion in dialogue (pp. 123-139). Nova Iorque: Oxford University Press.

A arte de se adaptar: Como a Inteligência Emocional nos ajuda a lidar com o inesperado

A vida não pede permissão para mudar e muito menos nos manda avisos. Ela se transforma exigindo que nos reinventemos a cada desafio. Planejamos, organizamos, traçamos rotas… e, de repente, tudo o que parecia certo fica fora de controle e trazendo o grande questionamento na mente - O que faço agora?-. Será que existe a possibilidade de lidar com essas mudanças sem perder o equilíbrio?

Por que resistimos às mudanças?

Diante da incerteza, nossa mente nos leva a resistir e até resistir. Queremos segurança, previsibilidade, amparo, um terreno sólido sob os pés. Afinal, o desconhecido assusta. Mas a verdade é que a vida não se curva a nossas vontade e necessidade de controle. Quanto mais tentamos lutar contra o fluxo das mudanças, mais nos desgastamos. Aprender a fluir nas ondas das emoções pode trazer resultados mais duradouros e assertivos.

A inteligência emocional como chave da adaptação

Inteligência emocional não significa evitar emoções difíceis, mas saber interpretá-las e usá-las a nosso favor. Quando algo foge do nosso controle, podemos reagir com frustração e medo ou podemos enxergar a situação como uma oportunidade de aprendizado. Quando aprendemos que a rigidez leva à ruptura, enquanto a flexibilidade permite o crescimento, compreendemos sobre nosso processo de amadurecimento.

Cada mudança inesperada é um convite para olhar para dentro. Nos oferece a oportunidade de se questionar - O que essa situação tem a me ensinar? De que forma posso me reinventar sem perder minha essência? - Essas perguntas transformam desafios em possibilidades, permitindo que enxerguemos além do problema imediato.

Adaptar-se é evoluir

Adaptar-se não é ceder, não é desistir, é compreender que a rigidez quebra, mas a fluidez transforma. Assim como a água contorna obstáculos sem perder sua natureza, precisamos aprender a flexibilizar nossas certezas para não nos tornarmos prisioneiros delas.

No fim das contas, não é a vida que precisa se moldar a nós, mas nós que precisamos aprender a dançar ao ritmo dela. A capacidade de adaptação é a ponte entre o sofrimento e a evolução. E quanto mais cedo compreendermos isso, mais leves e resilientes nos tornamos.


Até a próxima. Te vejo na terapia.


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Se adaptar às mudanças sem pirar: Dicas da TCC

A vida tá sempre mudando, e nem sempre essas mudanças vêm de forma tranquila. Se adaptar pode ser difícil e, muitas vezes, gera muita ansiedade. Mas dá pra aprender a lidar melhor com isso, acredite se quiser. Escolhi escrever hoje, sobre como a psicoterapia baseada na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode te ajudar a encarar as mudanças sem tanto estresse. Mas primeiro...

O que é Adaptabilidade e Por que isso é importante?

Ser adaptável é basicamente conseguir lidar com novas situações, da melhor maneira dentro da sua possibilidade, sem sofrer tanto. Como o mundo tá sempre mudando, essa habilidade faz toda a diferença - que também tá junto com a resiliência mas aí é outro papo-. Se a gente tem dificuldade pra se adaptar, acabamos sentindo mais insegurança, estresse e ansiedade.

Ansiedade e Dificuldade de Mudança: Qual a Relação?

Sentir ansiedade quando algo muda é super normal. O problema é quando esse medo atrapalha sua vida. Alguns sinais de que a ansiedade tá pegando pesado:

  • Pensar no pior cenário sempre;

  • Medo de sair da zona de conforto;

  • Procrastinar mudanças importantes;

  • Ter sintomas físicos, como tensão muscular e insônia;

A boa notícia? A TCC tem ferramentas bem práticas pra te ajudar a reduzir a ansiedade e aumentar sua capacidade de adaptação.

Seguem as dicas:

A TCC mostra que nossos pensamentos influenciam como nos sentimos e agimos. Com algumas mudanças na forma de pensar, dá pra enfrentar as mudanças de um jeito mais tranquilo. Olha só:

1. Mudança de pensamento

A famosa reestruturação cognitiva te ajuda a transformar pensamentos negativos em algo mais realista. Por exemplo:

  • Pensamento inicial: "Não vou conseguir lidar com essa mudança."

  • Pensamento ajustado: "Vai ser um desafio, mas posso aprender a lidar."

2. Enfrente o Medo aos Poucos

Se esconder das mudanças só aumenta o medo. A ideia aqui é ir se expondo aos poucos, pra mostrar pro seu cérebro que você consegue lidar com isso.

3. Respira Fundo e Relaxa

Técnicas como mindfulness, relaxamento muscular progressivo e exercícios de respiração ajudam a manter a calma e a clareza para encarar as mudanças.

4. Planeje e Siga no seu ritmo

Quebrar grandes desafios em pequenas metas faz tudo parecer menos assustador. Cada pequena conquista te dá mais confiança pra seguir em frente.

5. Seja gentil com você mesmo

Mudanças não são fáceis e tá tudo bem não acertar de primeira. Se tratar com mais paciência e aceitação ajuda muito nesse processo. Quando perceber que está difícil abrace alguém por mais de 30 segundos, ou abrace um travesseiro pelo mesmo tempo e sinta o acolhimento.

Saber se adaptar é essencial pra ter uma vida mais leve, se a ansiedade tá te travando, buscar ajuda profissional pode ser um ótimo passo pra melhorar seu bem-estar.

Até a próxima. Te vejo na terapia.


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Nº III - Entre Sessões e Silêncios: O Encontro com a Vulnerabilidade

Nº III

Mais uma sessão de terapia, mais um questionamento que insiste em ecoar na mente, como se fosse um sussurro que nunca se cala. Uma conversa densa, tensa e profunda. Retrospectivas se desenrolaram como filmes antigos, ciclos finalmente foram entendidos e, assim, teve início o doloroso e libertador processo de encerrá-los. Quantas vezes esse cenário se repetiu? Quantas vezes a vida foi ressignificada, não apenas pelos aprendizados obtidos, mas pela coragem de mudar o modo de enxergá-la?

E então veio o questionamento. Simples, quase discreto, mas carregado de uma verdade crua. Fez tanto sentido que começou a enxergá-lo em seus pacientes. Decidiu testá-lo, como quem planta uma semente e aguarda. Os resultados foram surpreendentes.

É na vulnerabilidade que encontramos nosso pertencimento.

Mas como lidar com essa vulnerabilidade? Um questionamento assim não é apenas um ponto de reflexão; é uma jornada. Às vezes, dolorosa, pois exige encarar aquilo que escondemos até de nós mesmos. E não é que seja nossa escuridão, como muitos acreditam. Talvez seja algo ainda mais delicado: a voz abafada de uma criança interior, que machucada, só quer ser acolhida. Essa criança pede o toque de um olhar gentil, um gesto de empatia, um beijo simbólico para sarar feridas que insistem em latejar.

O que nos torna pertencentes quando nos mostramos vulneráveis? E o que nos faz vulneráveis ao tentar pertencer? Essas perguntas carregam uma profundidade quase inquietante. Elas nos obrigam a enfrentar nossas facetas, aquelas que construímos para mascarar nossos medos de rejeição e julgamento. São perguntas que pedem um mergulho corajoso nas águas mais escuras de nosso ser.

Olhar para isso é como descer ao próprio poço. É um movimento silencioso, introspectivo e, muitas vezes, solitário. Apenas quem se aventura sabe como é reconhecer cada detalhe daquele espaço interno: as rachaduras nas paredes, os ecos que se confundem com nossa própria voz. E o mais impressionante é perceber que, mesmo lá, naquele fundo aparentemente inóspito, existe vida. Existe pertencimento.

Subir novamente não é apenas um ato de superação, mas de escolha consciente. É a decisão de acolher aquela parte frágil, de integrá-la, de mostrar-lhe que há beleza mesmo naquilo que julgamos imperfeito. É ensinar a si mesmo que a vida não é feita apenas de paisagens iluminadas, mas também dos pequenos instantes de sombra que nos convidam a descansar, refletir e crescer. E assim seguimos, rolando pelo caminho, não com pressa de chegar, mas com a leveza de quem aprende a apreciar a jornada.

Grata por ler !

💋💋